sábado, 30 de abril de 2011

A minha grama é mais verde?



A grama do vizinho é sempre mais verde?

Só eu sei o que é ser eu, e olha que um monte de gente pode jurar de pé junto que sabe como é.

Estou parando de mencionar que tenho uma personal trainer (oops, agora está no blog, f*). Como povo tem inveja de personal trainer. É uma escolha minha que eu fiz. Preferi tentar começar a gostar de academia pagando uma personal do que comprar o iPhone 4. A escolha é minha e só eu que vivo com ela, mais ninguém. Mas quando eu falo pra alguém que tenho uma personal, eles arregalam os olhos com uma cara de "poxa, que inveja, sua vida é maravilhosa". É mesmo?

Esse foi um ato desesperado, já que o ponteiro da balança não parava de subir e eu cansei de pagar academia e não ir. Realmente tem funcionado pra mim, tenho ido pra academia pelo menos 3 vezes por semana (porém, o bendito ponteiro - ah, objeto faceiro!). Mas fico imaginando quando eu estou pulando em um pé só, me matando pra terminar a série de abdominais ou quando tenho que escutar um sermão da magrela da minha personal ("você deveria comer mais legumes") se realmente a minha grama é mais verde. Só eu sei, só eu sei.

Mas de qualquer forma estou muito feliz porque eu vou mostrar o lado mais verde da minha grama pra minha mãe. É, ela vem pra terra do sol nascente. Pra onde o dia começa primeiro. Ela vai passar um mês aqui e eu vou me esforçar pra mostrar o que tem de melhor aqui na China, no meu mundinho, na minha cabeça, no meu quintal. Pelo menos ela vai entender um pouquinho mais quando eu tentar explicar o que se passa aqui comigo, coisas que só eu sei, só eu sei... mas que ela vai saber um pouco também.

Tá, volto, volto pra dividir com vocês.

Beijos,

Frô

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Medo do que não sei




Como pode alguém ter medo do que não sabe? Se você não sabe, não é mais fácil acreditar que o que virá pela frente é bom?

Já me peguei pensando nisso diversas vezes. Acontece que eu estou diante de um desafio profissional que, como o próprio nome diz, é desafiante. O meu medo é não saber fazer. É assumir algo novo, novas responsabilidades, novos compromissos, novas metas e não conseguir cumprir.

Eu sei que todo mundo passa por isso, mas agora está acontecendo comigo, e eu estou com medo... medo do que não sei.

Conversando com as minhas amigas vejo que isso é algo mais forte nas mulheres. Se fosse um homem na minha posição, um "gerento" (estou tendo aulas de concordância de gênero com a Dilma), ele hesitaria? Acho que ele ficaria feliz de ter tantas "oportunidades" pela frente.

Confesso, às vezes perco o sono. Sei que eu não deveria me "pré-ocupar" tanto, mas eu sou assim (síndrome de Gabriela: 'Eu nasci assim, eu cresci assim...').

Mas no fundo eu sei que se eu não bater as metas, se eu fizer uma grande 'cagada' no trabalho, se eu ferrar com um projeto, sabe o que vai acontecer? Nada. Na-di-ca-de-na-da. A vida vai continuar. Pode ser que eu perca o emprego e tenha que achar outro, porém isso já aconteceu comigo antes e as mudanças sempre foram pra melhor.

Fora que eu não contei que essa semana eu levei um super susto. Recebi uma super proposta para ir para Pequim. Uma oportunidade profissional. E eu não fiquei feliz. Na verdade eu me desesperei achando que ia ter que terminar o namoro (ser apaixonado é buuurro), recusei a oferta e... sabe o que aconteceu? Nada. Na-di-ca-de-na-da. A vida continuou.

E eu continuo aqui, nesse lugar que é a minha cabeça - uma cabeça do tamanho de um planeta e tão sub-utilizada...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Conversas abertas, sociedade fechada




Sei que ando meio sumida, mas como vocês sabem estou assistindo novamente o seriado 'Sex and the City' e isso tem me tomado muuuito tempo - claro que trabalhar até tarde todo dia, ir pra academia, fazer aula de chinês e ter um namorado (e tudo o que acompanha - unha, cabelo, depilação, etc) também não ajuda muito. E a minha performance televisiva nem é assim tão boa. Faz um mês que estou assistindo o box e ainda estou na metade, acabei de terminar a terceira temporada.

Essa introdução mulherzinha é porque um dos temas do seriado é sobre o que podemos falar abertamente, como e com quem podemos ter essas conversas. Tudo bem que a Carrie pisou na bola com a história de chifrar o pobre do Aidan com o Big, mas um dos maiores medos dela é que a Charlotte descobrisse. Peraí, a Charlotte não é uma das suas melhores amigas?

E não é que me peguei justo na mesma situação? Não, não estou chifrando o Bello, muito menos com o Big. Mas tem coisas que acontecem na minha vida que eu gostaria de dividir com as minhas amilgas, mas eu acabo escolhendo a que é mais 'adequada' para cada tipo de assunto. Talvez seja só porque no fundo eu não quero uma opinião sincera de uma amiga. No fundo eu quero um ombro e uma passada de mão na cabeça - mas amigas não são só pra isso.

Enfim, se existe esse drama todo entre amigas, imagine entre colegas. Aqui na China eu não tenho muitos amigos, não amigos próximos de verdade, principalmente depois que a minha amiga alemã foi embora. Então volta e meia me abro com os meus colegas. Não só coisas íntimas e super-secretas, não, às vezes só quero poder falar bobagem sem ter que me preocupar com o que eles vão pensar de mim.

Moral da história: ainda não sei, estou pensando. Enquanto isso fico nesse me-abro-me-fecho constante. Como se eu precisasse de mais um efeito-sanfona na minha vida...

domingo, 3 de abril de 2011

Na sala da Fifi




Li na internet um artigo sobre a Fifi. Era uma dessas colunas onde alguém responde perguntas sobre sexo, e a colunista estava tentando convencer a leitora que escreveu a ter a sua primeira depilação com cera.

A recomendação era que a leitora se depilasse com a Fifi, uma filipina que atende em Xangai e que, segundo o texto, tem a habilidade de depilar sem que doa muito.

Lá fui eu conhecer a tal da Fifi - e dar uma carpinada no mato. Realmente a moça tem jeito, e também gosta de conversar. Segue um pouco da nossa conversa:

Fifi: Ah, você é brasileira? Foi lá que inventaram a depilação com cera. Deve ter muita depiladora boa lá.
Eu: É, tem sim, mas não sei se foi lá que inventaram a depilação com cera.
Fifi: Foi sim, por causa dos biquinis pequenos. E por causa do Carnaval.
Eu: Deve ser.
Fifi: Minhas clientes vêm aqui para depilar 'à brasileira'. Sabe? Limpar tudo.
Eu: Sei, sei, é engraçado que esse estilo se chama 'à brasileira'.
Fifi: É, mas algumas clientes quando vêm aqui falam "essas benditas brasileiras que inventaram depilação à cera. Tinham que ter inventado algo que dói tanto?". Mas elas sempre voltam.
Eu: E você também atende homens?
Fifi: Sim, atendo muitos homens. Eles também pedem 'à brasileira'. E olha que não é só gay, não. A maioria é hetero. Eles fazem pra agradar às parceiras. Mas eles sofrem, coitados.
Eu: Deve doer pra depilar 'as bolas'.
Fifi: Não, o problema não é 'nas bolas', o problema é no principal mesmo, sabe? Na lateral. É muito sensível. Mas eles fazem, sofrem, xingam e sempre voltam. Tem muitos que fazem também no 'olho que nada vê', sabe? Atrás. Pra combinar, né?
Eu: É, deve ser pra combinar...

P.S.: piada para a Rê - será que os homens depois de depilar "o olho de trás" enxergam o mundo sob outra perspectiva?